A temporada de lançamentos da moda brasileira já está a pleno vapor. Começa nesta segunda-feira (16/4) a 22ª edição do Minas Trend, que segue até a próxima sexta emendando com a 45ª da SPFW na semana seguinte, de 21 a 26/4. Por isso mesmo, ÁS andou circulando nesta 5ª edição do Veste Rio, que terminou neste domingo (15/4) no Píer Mauá e conferiu, entre estandes e desfiles, os pontos fortes do próximo verão. Confira abaixo.

A Wymann prossegue oferecendo boa moda, dessa vez com monocromias, amarrações, laçadas, grafismos e tomara-que-caias na vibe “decote coração”. Um certo quê de André Lima comparece em alguns looks… (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)
Na passarela, entre marcas consagradas e novos talentos (alguns já nem mais tão novos assim, considerar os meninos da The Paradise novatos é eufemismo dos grandes, considerando a criação madura da dupla Thomaz Azulay e Patrick Döering), certas influências já parecem ser ponto pacífico para a próxima estação: de primeira, agora os anos 1980 voltam de novo à cena, contracenando com o minimalismo noventinha, numa força capaz de agradar a designers para quem eles sempre são o norte, como Juliana Jabour. Mas, convenhamos, desde quando a década perdida ressurgiu nos 2000, ela nunca saiu completamente dos holofotes, tanto nas coleções de muita gente quanto na produção de moda, concorda? E agora, se a gente levar e conta, só para ilustrar, o último desfile da Balmain, como não se render aos exageros dos eighties?

Zero discrição: com a saída da Handred, que estreia na próxima edição da SPFW, a The Paradise passou a ser a única representante da moda masculina na passarela do Veste Rio: para eles, a grife carioca investe em flores + zebras. ÁS amou! (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

A Wymann é outra grife que aposta em prints exuberantes: grafismos trazem como base o vermelho da temporada (Foto: Ás na Manga)
Anote portanto no caderninho, ou melhor, no bloco de notas do seu smartphone: vêm aí as cores fortes ou pasteis, monocromias, o colorblocking – que fez sucesso em 2011/12 e agora volta com tudo, inclusive nos jeans com recortes em lavagens diferentes –, as listras (muitas!) e xadrezes (demais!), metalizados, formas amplas, volumes nas mangas e cinturas marcadinhas.

Em sua segunda incursão na passarela do Veste Rio, a Neriage se inspirou no best-seller “O velho e o mar”, de Ernest Hemingway. Dentre monocromias, neutros como pret0, branco e nude e um listrado tipo “calça de pijama”, sobressaem amarrações na cintura que imprimem ar de quimono nas montagens sobre calças desestruturadas, em leitura nada óbvia do oriente reforçada pela música do desfile. Destaque para cordas, pontas e malhas mescla (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Na onda do azul e branco, a Augustana continua suave na sua eterna proposta de evocar o lifestyle carioca: a marca vem com tudo na risca-de-giz clarinha e na composição de azul com branco, que já é hit nas vitrines lá fora. Bem oitentinha, a alfaiataria desestruturada é ponto forte (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Canal Concept: grife estreou na passarela do Veste Rio com vestidinhos curtos e longos fluidos, print de folhagem, e gamas de amarelos e cáqui contracenando com pretos, verdes e azuis. (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Verão da Canal Concept: chemises, saia-pareô, animal print, transparências e a melhor parte – grafismos com levada “Lucas Magalhães”. É moda comercial descomplicada feita para vender (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Mais uma vez no Veste Rio, a Mode continua valendo, apresentando boas coleções coerentes com seu DNA. Dessa vez, ela valida o color blocking com um coral lindo que incendeia os neutros, em modelagens secas cheias de assimetria (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Anote esse nome: Keymono Project. A marca é outra que optou por uma cartela luminosa, fazendo roupa descomplicada, atemporal, mas bem acabada, que dá vontade de usar. Apesar de pouco tempo – 1 ano de vida -, suas peças já começam a aparecer nos instagrams das celebridades. Por isso mesmo, é Thaysa Jafet, sócia de Mariana Barreto, quem comemora a presença no evento, preconizando: “Conhecemos gente importante da moda, do Brasil e de fora, e portas estão se abrindo”(Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Luisa Farani é adepta de moda fluida, limpa, elegante. Com amarelo-lima e vermelho, ora ela brinca com torções e amarrações, ora antecipa o africano que deve aportar no inverno do ano que vem, em looks que trazem de leve um quê de safári, como sahariennes (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)
Ah, bem, o preto e branco continua imperando para driblar a crise. E um aroma oriental, seja indiano ou africano, parece querer invadir com localismos o mundinho fashion globalizado. Veremos!

Boa surpresa, o Atelier Von Trapp – do estilista Marcelo Von Trapp – trouxe um estilão que não nada tem a ver com o sobrenome da família austríaca do musical “A noviça rebelde”. Na verdade, se fosse para apelar para a Broadway, a coleção está mais para “O rei e eu”: um lacre a levada indiana ou tailandesa, mesmo quando se retiram os ótimos elementos de styling encarregados de amarrar os looks na catwalk. Sobressaem as sobreposições com jeitinho de “mulher de marajá”, os repuxadinhos, amarrações e os jogos de vermelho, vinho profundo, rosas variados, amarelo e azuis, além de belos plissados ouro e uma estampa que simula adamascados. Aliás, a bolsa-trouxa nesse tecido é linda! (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

A misturinha de coral com rosa reforçou a influência indiana da coleção desfilada pelo Atelier Von Trapp (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Sob a música sincopada com batida afro-caribenha, a The Paradise caprichou naquilo que faz de melhor: estampas digitais endiabradas, dessa vez com temática africana. A turma que curte uma exuberância, claro, babou nua experiência quase pavloviana! (Foto: Ás na Manga)

Mas a bússola da The Paradise apontou também para locações bem mais frias, que devem esquentar que nem a Mãe África nesse meio de ano: a Rússia, país-sede da próxima Copa do Mundo, que vai receber o escrete verde & amarelo! (Foto: Ás na Manga)
Nos detalhes: amarrações e repuxados, plissados, cordas e aquela que pode se tornar a vedete do verão: o cós clochard! O termo francês, que significa mendigo numa tradução ao pé da letra e alude ao fato de como a população de rua ajustava suas roupas no corpo para não caírem, promete cair na boca da turma fashionista nesse verão 18/19.

Canal Concept foi uma das muitas brands no Veste Rio que acreditam na força da cintura alta clochard. Aliás, a grife é outra que também antecipou os terrosos que prometem acontecer no inverno 19 (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Já veterana no Veste Rio, a Haight insiste na moda praia minimalista em tons lisos e com quase nenhuma possibilidade de pegar sol sem correr o risco de transformar a cútis num pachtwork. Tudo bem. O exercício de modelagem é belezura que, se não é prática na areia, pode funcionar lindamente na vida pós-calçadão, com blusas de mangas bufantes lacradoras. Como a Canal, a marca aposta firme nos marrons (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Praia discreta: bordô comparece na Haight em sua 5ª participação no Veste Rio (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)

Outro estreante, a Esc Brand apresentou moda praia limpa e clean, bem nineties, cheia de bossa. A marca é mesmo jovem e plena de charme, com modelagens anatômicas, alternando lisos com um composê bacanudinho de geométricos miudinhos. Um único porém: a edição na passarela esteve aquém do potencial da coleção. Faltou mojo (Foto: Selmy Yassuda / Divulgação)
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