Destaque da semana: André Ramos tira do chapéu o Rio Babilônia!

Quem sabe a fumaça que nublou os fogos na Praia de Copacabana, durante a virada, não tenha sido um sinal? A verdade é que, mesmo com a importância de termos o Réveillon na orla todo ano, é necessário o Rio diversificar, olhando para suas entranhas tanto no quesito geográfico quanto na vocação de balneário cosmopolita, única urbe no Brasil que foi capital da Colônia, Império e República e porta de entrada no país, graças ao fato de ser a sétima marca-cidade do planeta. No atual processo de reconstrução da Cidade-Maravilha – pós-hecatombe da herança mal aproveitada dos Jogos Olímpicos, consequências da Lava-Jato, e gestão de Crivella como um prefeito-catástrofe – não só novas ideias são bem-vindas quanto o resgate de antigos patrimônios da cidade se faz essencial, ainda que com roupagem nova. Por isso, a celebração de Ano Novo na suculenta casa da Gávea de André Ramos foi bem assim: em clima de retomada para quem é mais velho e jeitinho de novidade para a turma mais fresh, que não pegou os bons tempos.

Explica-se: recém-contratado pela Fashion TV para ser uma espécie de Amaury Junior durante o verão, apresentando de badalos a backstages de desfiles em pílulas na programação, o socialite, que acaba de consolidar sua posição de influenciador com 40 mil seguidores alcançados,foi além do mood tradicional que marca suas festas, investindo dessa vez num caleidoscópio de tipos que é a cara do Rio ao misturar tribos na melhor tradição carioca.

Afeitos a convidar a nata da alta sociedade, o bon chic bon genre André Ramos e seu marido, o dermatologista Gabriel Monteiro de Castro, resolveram extrapolar: aproveitaram a estreia do primeiro em nova profissão, na franquia brasuca do canal a cabo de moda, para celebrarem a entrada de 2025 expandindo territórios: com planejamento inicial de 150 convidados, que depois subiu para 200, embaralharam as cartas  recebendo curingas de todos os naipes. Para quem imagina que foi o caso de misturar alhos com bugalhos, ledo engano. Sucesso define.

Com assessoria de Acyr Mera Junior e Vagner Marins, da MarinsMera, aquela gente fina elegante e sincera que costuma frequentar os rega-bofes da dupla, como os casais Beth e Afonso Pinto Guimarães e Marcia Veríssimo e Pedro Senna, circulou alegremente na presença de uma nova safra top models; de estilistas como Alessa Migani, Denise Faertes, Alberto Sabino e Marcelo de Gang; de atores como Jayme Periard e Stenio Garcia, acompanhado da mulher Marilene Saade; de colunistas sociais de responsa como Christovam de Chevalier, Yuri Antigo, Sylvia de Castro, Marcia Bahia e Luiz Villarino; de it-boys e it-girls, como o bailarino dublê Augusto Nardy e a arquiteta Erika Maranhão, ambos dublês de influenciadores; de personalidades como a modelo veteraníssima Veluma, a terapeuta holística Helen Pomposelli e o beauty artist Zé Reinaldo, conhecido por dublar o bumbum de famosas nos anos oitenta.

Foi uma deliciosa compota de pera, uva e maçã que entornou o caldo da salada mista representada pelo selinho que os anfitriões deram na hora da contagem regressiva, na sacada defronte à piscina. Tudo, para usar uma gíria carioca do passado, “numa nice”.

A noite fluiu, do bufê nababesco da chef Malu Mello ao DJ que tascou na pista um set old money mesclado com pérolas do bate-bunda, tipo Ludmilla, Anitta e qualquer celebridade que faça sucesso dobrando as consoantes de seu nome artístico. Obviamente, é como Fellini já havia deixado claro em sua “La Dolce Vita” (1960): o dinheiro anda abraçado com o bas-fond. Nem adianta querer o contrário porque não tem a menor graça.

Herdada da avó de André e ninho no qual ele foi criado, a casa dos rapazes é uma espécie de labirinto do artista gráfico holandês M. C. Escher (1898-1972), com decoração clássica, obras de arte na parede adornada com muita moldura dourada e escadas que sobem e descem por dentro e por fora, levando a todo lugar e a lugar nenhum, tornando divertidíssimo o get together entre convivas que podem aparecer ou desaparecer num piscar de olhos. Alguns talvez nem sejam mais vistos pelos demais. Ludicidade racé.

Por isso, no melhor dos sentidos – caso mantenha essa verve –, André Ramos corre o risco de se tornar o catalisador de um movimento que pode reconverter o Rio naquilo que a cidade já foi dos anos sessenta a meados dos noventa, quando já havia deixado de ser a capital do Brasil, mas não tinha ainda perdido a majestade: o epicentro de um jet-set tropical, daqueles que foram imortalizados no pano de fundo de “Rio Babilônia” (1982), longa de Neville de Almeida.

No país, somente a terra de gente tão distinta quanto Andrea Dellal, Fernanda Montenegro e Zeca Pagodinho tem vocação para emular com propriedade o encontro de uma plêiade realmente variada de personas, que seja tão plural a ponto de jamais cair no desgosto de oferecer somente quatrocentões, modelos, sertanejos, pagodeiros e expoentes do agronegócio. Ao misturar uma turma de áreas tão diversas como arte, moda, gastronomia, joalheria, jornalismo, mercado financeiro e mundo corporativo, André Ramos demonstra avançar algumas casas no tabuleiro do life-style, se despindo das amarras de mauricinho comme il faut para abraçar um universo muito mais amplo. O Rio agradece.

Confira abaixo quem passou pelo Réveillon de André Ramos e Gabriel Monteiro de Castro (Fotos: Divulgação):