Foi diferente. O Copacabana Palace já havia feito, há cerca de uns dez anos, um Baile do Copa surrealista que trouxe Salvador Dalí bem aqui, no epicentro da folia deluxe. Eram outros tempos, em parte outro público, outra gestão, quase outro planeta. De lá para cá (no Copa, no Rio e na vida), muita coisa mudou. Portanto, abraçar novamente as Belas Artes no bochicho foi não apenas perfeitamente cabível, mas bola no gol. Com “Extravangarde” como mote, contemplando cinco vanguardas artísticas que sacudiram o mundo do fin-du-siècle às primeiras décadas do século 20, o party designer Daniel Cruz pintou e bordou na decoração, reafirmando mais uma vez – depois de ter soltado suas feras em 2020, um mês antes da pandemia, e de ter pirado à exaustão no agito que celebrou os 100 aos do hotel, há um ano –, o quanto um tema bem trabalhado pode render momentos memoráveis. Em suas redes sociais, o gerente de comunicação do hotel, Cassiano Vitorino (um os melhores looks masculinos, de terno com intervenções de Incerti), foi pungente: afirmou que possivelmente esse foi o baile mais bonito de todos. É bem provável que sim, ainda que, nos últimos, tenhamos saído sempre com a sensação de que o mais recente é o melhor. A conferir ano que vem, certamente um desafio.

Daniel é fera. Portanto, é justo, muito justo, justíssimo que esse artigo comece pelo moço, que tem a exata noção do quanto um ambiente festivo atualmente precisa equilibrar encanto a olho nu com magia instagramável. Para isso, ele contou novamente com o valioso suporte do diretor artístico Gustavo Barchilon que incrementou o badalo com figuras surreais, tipo personagens saídos de pinturas de René Magritte, que se projetavam de nichos simulando quadros direto para os corredores paralelos ao Salão Frontal, ou ainda da recriação do autorretrato de Vincent Van Gogh, com chapéu de feltro e pincel em riste, que deliciosamente assombrava a turma no Golden Room, tudo em efeito trompe l’oeil 3D.

Em sua assertiva direção low profile, o gerente geral do Copa, Ulisses Marreiros, anda brilhando com a renovação do baile. Avesso a performances pop star, mas discretíssimo como convém a um português refinado, ele entendeu que o brilho maior precisa vir dos convidados. Eliminou gorduras, mas permaneceu com o encantamento. O resultado? Uma curiosa mélange de público que continua incluindo a necessária vip list de Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho, recheada celebridades que vão de Cristiane Torloni, Guilherme Fontes e os conterrâneos Ricardo Pereira e Maria João a Valentina Herszage e os gêmeos André e Carlos Silberg, mas também abraça uma turma nova de foliões GenZers que enriquece a parcela tradicional de frequentadores do baile, do casal Fernando Torquatto e Aurora Mendonça a Bete Floris e o cabeleireiro de Brasília Carlinhos Beauty, passando por Lucília Diniz, Jorge Ben Jor, Narcisa Tamborindeguy, Nina Stevens, Romulo Almagro, Dudu Bertholini, a artista plástica BB Schmidt e o estilista Heckel Verri.

Soma-se uma boa quantidade de turistas gringos, sempre presentes, mas que esse ano transbordou (levando a crer que o baile rendeu!), cuja cereja do bolo pode ter sido o camarote ocupado por uma curiosa cepa de jovens influenciadores internacionais, no lado oposto do palco no Golden Room, que incluía de estrelas das redes sociais latino-americanas a um grupo de jovens japas que deliciosamente parecia um grupo de k-pop.

Desde que assumiu, Ulisses não vem se prendendo apenas ao samba para tocar o baile. Na varanda, por exemplo, tem rolado disco. Ali, o show de Tiago Abravanel e seu Bloco do Abrava, que privilegiou pagode e axé revisitados, foi luxeria, assim como o espetáculo (isso, espetáculo!) conduzido por Emanuelle Araújo e o Cordão o Bola Preta. O melhor momento do show? A cantora-atriz incorporando a abelha na música de Luiz Caldas. Mas, e o auge? A tradicional “sambeata” com passistas e ritmistas que percorre os salões do baile rumo ao palco onde Emanuelle deu expediente. Como não amar? Perspicaz, nisso a turma o Copa não mexe!

* Agradecimento: Miguel Sá
Hollywood Dreams! Silvia Braz e seu look!
Rainha do Baile neste ano, a influenciadora e comunicadora Silvia Braz ocupou um lugar que já pertenceu ao showbizz, turbinado por personalidades tipo Camila Queiroz, Isis Valverde, Deborah Secco, Luana Piovani e Sabrina Sato. Ela usou dois looks criados por Pedro Salles, entre eles o vermelho que homenageou uma habitué clássica do Baile – Carmen Mayrink Veiga -, incessantemente trabalhado como ‘gancho’ pela sua assessoria para emplacar notícia.
Entretanto, ÁS prefere se concentrar no primeiro look envergado, que celebra a Hollywood da Era e Ouro. Tudo a ver quando se considera o panteão de astros e estrelas do cinema que ja passou pelo hotel. Confira abaixo!





Cenografia dos deuses!
Daniel Cruz sabe mesclar! O decorador consegue fundir o clima de festa de luxo com cenografia imersiva, entregando um resultado único no qual ele insere itens sofisticados, como lustres e esculturas finamente ornadas, dentro de um entorno revestido com ótima decoração floral e muita plotagem envelopando paredes, pisos e tetos. Arguto, ele usa a programação visual para dar liga ao conjunto de elementos. Dessa vez, foi destaque o equilíbrio entre vegetação seca e padronagens gráficas na ambientação dos salões frontais.
Dê abaixo um rápido bisou no décor (Fotos Divulgação):











Confira abaixo algumas opiniões de foliões presentes ao badalo sobre o momento atual (Fotos: Divulgação):






Confira abaixo quem passou pelo Baile o Copa (Fotos: Divulgação):






















Deixe seu comentário