* Por Alexandre Schnabl e Uyara Teixeira
Nestes últimos dias terminou a Paris Fashion Week, finalizando a temporada dos desfiles de outono inverno 2018/19, que equivaleria ao nosso inverno 19. A gente diz equivaleria porque, afinal, dividir tendências em verão & inverno hoje seria cartada se as estações não estivessem todas trocadas, o clima no mundo virado coisa de crupiê maluco e aspectos como a globalização, a agilidade das fast fashions e a facilidade de acesso à informação via meios digitais não houvessem embaralhado todas as cartas. Sim, a moda virou mesmo um imprevisível jogo de pôquer! Ou quase. ÁS conferiu minuciosamente as semanas de estilo, de Nova York a Milão, de Londres à Cidade-Luz, e listou as principais influências que poderão ser conferidas nas vitrines do Hemisfério Norte a partir de agosto e, por aqui… Bom, por aqui é outro caso! Quais as investidas nas passarelas que poderão ser antecipadas para daqui a um ou dois meses, quando o frio finalmente já houver dado as caras por aqui nesse cassino fashion tropical? Afinal, abril é mês de lançamentos no Brasil, com Veste Rio, São Paulo Fashion Week e Minas Trend. Confira e faça já suas apostas!

Da esquerda para a direita, os brancos de inverno: Alice Olivia, Jacquemus, Ralph and Russo, Christian Siriano e Cushnie et Ochs (Fotos: Divulgação)
Fato é que o glamour está de volta. O glam vem mesmo com fortíssimas influências dos eighties, de novo a década da vez, vide a apresentação bombástica da Balmain. Para quem achava que o minimalismo noventinha ainda ia imperar por um bom tempo e que o revival de Léger, Lang e Jil Sander seria o único a pegar ainda os fashionistas pelo pé, eis que os oitenta, que quebraram a banca na virada de milênio, avançaram pelos anos 2000 e desde então nunca saíram de moda continuam por aí, encontrando formas de se manter no topo.

Da esquerda para a direita, de novo o color blocking: Prabal Gurung, Jeremy Scott. Marni, Marco de Vincenzo e Marc Jacobs (Fotos: Divulgação)
A exuberância dos ombros acentuados voltou, para a alegria dos fãs de Lady Gaga ou de nerds do fã-clube Star Trek, do tipo que adora uniforme espacial de romulano. O look power woman 1980’s está aí, e óbvio que o recente empoderamento delas em Hollywood, depois das denúncias de assédio que levara vários poderosos de frente e de trás das telas a se aposentar precocemente, reverberou na moda. Os efeitos estão aí: chegou chegando uma nova mulher possante, com roupagem do século 21, em tons de fúcsia, violeta (olha o tal Pantone Ultraviolet aí, gente!!!), amarelo (que já pegou nas ruas), azul real, vermelhão e laranja, tudo no mais alto grau de saturação.

Da esquerda para a direita, rosa fúcsias: Manish Arora, Marni, Valentino, Dolce&Gabbana e Giorgio Armani (Fotos: Divulgação)
Além de veludo, veludo e veludo e… muito brilho. Muito! E põe brilho nisso, mana. Quanto mais reluzente, refletivo, irisado e chamativo for, melhor. Dolce&Gabbana e Balmain mostraram mais uma vez que mais é mais, e ai de quem não quiser mais.

Da esquerda para a direita, os novos veludos: Gucci, Saint Laurent, Vivetta, Fendi e Ralph and Russo (Fotos: Divulgação)

Da esquerda para a direita, de novo veludo: Emporio Armani, Dolce&Gabbana, Brunello Cucinelli, Elie Saab e Salvatore Ferragamo (Fotos: Divulgação)

Da esquerda para a direita, heavy metal na passarela: metalizados gritaram nos fashion shows de Badgley Mischka, Balmain, Alberta Ferretti, Tom Ford e Christian Dior (Fotos: Divulgação)
Mas, mesmo que haja ainda um senso comum sobre o retorno dos excessos e desse powerdressing, potencializado por um Marc Jacobs em ótima forma, não há como negar a presença do minimalismo elegante nas passarelas de Jacquemus, Cushine et Ochs e Christian Siriano.

Da esquerda para a direita, formas amplas dominaram as passarelas de Marc Jacobs, Balenciaga, Chanel e Miu Miu (Fotos: Divulgação)
Ou dos rústicos folk, gypsy, boho e country, como se fossem uma coisa só, que retornam graças a Isabel Marant, A.W.A.K.E, Dior, MSGM, Fendi e Zuhair Murad, alé de nunca saírem da mira de Missoni Só para citar alguns, porque a lista é longa. Assim como é a das grifes que apostaram no xadrez, no veludo molhado e na alfaiataria chiquérrima, unanimidades nas passarelas de Nova York a Paris.

Da esquerda para a direita, os rústicos: Christian Dior, Zuhair Murad, Elie Saab, Luisa Baccaria e Missoni (Fotos: Divulgação)

Da esquerda para a direita, o estilo folk chic: Dsquared, Giambattista Valli, MSGM, Emporio Armani e Isabel Marant (Fotos: Divulgação)

Da esquerda para a direita, inverno no xadrez: Alice Olivia, No.-21, Marco de Vincenzo, Versace e Luisa Beccaria (Fotos: Divulgação)

Da esquerda para a direita, o xadrez impera: Emilia Wickstead, Badgley Mischka, Prada, Max Mara e Christian Dior (Fotos: Divulgação)

Da esquerda para a direita, o xadrez da tradição ao futurismo: Simonetta Ravizza, Vivetta, Fendi e Prabal Gurung (Fotos: Divulgação)
Falando ainda da volta de tendências, o vulcão adormecido do animal print – de onças, de preferência – acaba de acordar novamente com força total, expelindo suas lavas vesuvianas em looks coordenadíssimos com sapatos, meias, vestidos, casacos, bolsas e até boné! Haja jaguatirica. Mas vende, né? As feras vêm coloridas, como as de Tom Ford, ou misturadas, como as da Sacai e Vivetta. Seja como for, discrição não é com elas.

Da esquerda para a direita, as mulheres são o bicho! Vivetta, Alice Olivia, Simonetta Ravizza e Tom Ford (Fotos: Divulgação)
Esportivo, clássico, romântico, exuberante, tecnológico, andrógino, nada importa. O que se espera para o próximo inverno – e para as próximas temporadas – é mesmo uma miscelânea. De tudo e mais um pouco: texturas, cores, estampas, em camadas e mais camadas, como mostraram Balenciaga, tipo o Joey Tribiani, de “Friends“. Então tá, né, amor? Depois do même, não tem como pensar em outra coisa.
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