Angela Brito, brasileiro-cabo-verdiana. É assim que a estilista nascida em Cabo Verde e radicada no Rio de Janeiro há mais de 30 anos deveria ser naturalmente chamada. Aliás, é justamente a visão ampla de mundo e a busca na memória afetiva que resultam na construção identitária demarcada por suas coleções. Apesar da carreira iniciada na engenharia de telecomunicações, foi com a moda que Angela sonhou até que, mais que de repente, veio a reviravolta na carreira: iniciou a marca de moda homônima em 2014, na qual desenha uma história plena de significados.
Para a 58ª edição do São Paulo Fashion Week – As Joias da Rainha, a estilista deu vida à coleção “Criola“, concebendo com base na ancestralidade peças com recortes limpos, enraigados de expertise. Logo no início do desfile, a primeira leva de roupas em linho e algodão, todas numa cartela de cor levinha e solar e arrematadas por bolsas que assumem lugar de saias e cintos, já anunciavam que um tipo de utilitarismo classudo seguiria.

Sempre polida na construção de seus produtos, Angela Brito segue investindo nesse minimalismo de luxo aditivado por sua essência moderna. Nada ali lembra o marasmo que a estética minimal costuma desaguar. Com redendê, tradicional técnica de bordado do Nordeste do Brasil, pánu di terá, que é o pano de tear caboverdiano, e com novas texturas criadas a partir do trabalho manual do capitonê, a coleção reúne 30 looks que expressam novas essências com marcas de um passado vivo, mas aberta ao novo.

O por do Sol no fundo de cena e a batida instigante da trilha sonora intensificaram o mood “tarde de outono” construído em tecidos como seda, cânhamo, algodão, viscose e couro. Mais alinhada com o discurso de só produzir peças atemporais e duráveis, impossível. De Cabo Verde, passando por São Tomé e Príncipe ao Rio de Janeiro, de fato, Angela Brito é global!
Confira abaixo mais imagens do desfile de Angela Brito no SPFW N58 (Fotos: @agfotosite/ Divulgação):










*Por Andrey Costa
Foto destaque: @agfotosite/ Divulgação
Deixe seu comentário