Como um coração de mãe, que sempre cabe mais um, a ArtRio 2023 foi grande! Em espaço um que ofereceu mais conteúdo para todos os visitantes, uma programação diversificada e cerca de 75 galerias e instituições de arte, o público saiu satisfeito e inspirado. Ao reforçar o compromisso com a conscientização e as atividades focadas em sustentabilidade, desde a montagem do evento e com uma série de ações voltadas para a redução de impacto, também foi possível manter em dia o diálogo sobre esse e outros temas importantes. E o melhor, revalidou o evento como parte da identidade do Rio, mas com uma atmosfera que abraça geral.

Se o assunto é expandir e não deixar ninguém de fora, nada mais justo do que saber o que o público, inspiradíssimo pela imersão artsy, acha da possibilidade de levar a arte para mais lugares inimagináveis até então. Com essa missão o ÁS foi à caça e mandou ver: Em que lugar inusitado você faria a arte florescer? Fugindo de obviedades, visitantes afoitos por semear arte à vera não se furtaram em apontar para as possibilidades e, quem sabe, inspirar novas rotas para o evento. Fica de olho, Brenda Valansi! Confira quem passou por lá e bateu um papo com o site!

René Machado (Foto: Andrey Costa para Ás na Manga)

O artista multimídia René Machado é daqueles que quer a arte brotando com possibilidade de perpetuação: “Eu acho que a maior ferramenta de qualquer artista de fazer brotar a arte são as instituições de todos os estados federativos do país. Se as instituições olharem com naturalidade para arte brasileira, artistas locais poderão, através delas, levar arte para os rincões do Brasil de diversas formas. Porque é muito sabido que as camadas mais pobres não vivenciam a arte quando querem. É uma realidade dura, pois elas se sentem inibidas de estarem nesses lugares. Agora, se instituições grandes, aqui falando de Rio de Janeiro, como o Centro Cultural Justiça Federal, Casa França-Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil, Correios, dentre outros, munirem essas pessoas de possibilidades de acesso, já que elas sentem que são lugares que as excluem, a transformação virá.”, idealiza o carioca cheio de ideias.

O escultor, cenógrafo, diretor de arte e curador Alexandre Murucci acredita que a arte nasce em tudo que é humano, mas pode desdobrar-se em outras realidades: “Do fundo do mar ao espaço sideral, do deserto mais quente à geleira mais longínqua, eu já vi ou soube que a arte brotou. Mas existe um lugar onde ela ainda não teve chance — nas mentes e corações que não a admitem, que dela temem o novo, a revolução e por isso tentam detê-la. Este sim é o local mais estéril e inusitado que ela deveria brotar para que realizasse sua razão existencial. Já Karin Cagy, ela pode brotar em lugares mais acessíveis: “Faria a arte brotar no centro das nossas praças! Porque a arte contemporânea é pra todos e precisamos valorizar nossos artistas emergentes. Inclusive coincidentemente tenho um projeto exatamente assim!”, conta orgulhosa.

Lalá Guimarães (Foto: Andrey Costa para Ás na Manga)

A RP Lalá Guimarães é mais prática e acha que a arte deve brotar onde der na telha: “Eu faria a arte florescer em tudo o que amo: na areia da praia, no mar e ao ar livre!”, revela com ares de quem gosta de trombar com arte do dia à noite.

Alexandre Murucci, Brendon Reis e Karin Cagy (Foto: Andrey Costa para Ás na Manga)

Silvia Balady é RP do tipo sensitiva. Quer que arte seja absorvida: “Não sei se faria a arte brotar. Minha opção, caso tivesse esses poderes, seria que a arte pudesse ser sentida e absorvida por pessoas com menos temor, menos questionamentos, como algo que engrandece, enriquece, aquece e soma. Faria a arte brotar nos olhos para ser sentida no coração.”, revela. O jornalista e colunista social mais elegante da cidade, Zé Ronaldo, acredita que a arte deve brotar onde ela faz falta: “A arte brota em toda a natureza e o homem é mais uma parte de intricado mosaico. O lugar inusitado é onde falta a esperança. Hoje os refugiados que fogem da guerra e da desolação são os mais precisam de arte.”.

Silvia Balady e Zé Ronaldo (Foto: Andrey Costa para Ás na Manga)

A designer de interiores Celina de Mello Franco aposta na arte que surge nos momentos de prazer: “Imagino a arte brotando no Arpoador em um dia de verão, com a praia lotada. Uma arte que chegasse do mar, “invadindo” a praia. Num final de tarde, de um domingo, em um Arpoador cheio. Uma arte que completasse, que se fundisse o por do sol junto aos Dois Irmãos e dividindo as palmas. Palmas para a arte e para a natureza. Uma arte que pudesse surpreender, e que despertassem as pessoas a pensar sobre ela.”, desenha ela com o olhar sensível de quem entende que a arte vive nos detalhes.

Celina de Mello Franco (Foto: Andrey Costa para Ás na Manga)

O artista Hal Wildson aposta no surgimento da arte em lugares pouco explorados: “Eu gostaria de ver a arte brotar no Cerrado, quem sabe até uma ArtRio no Cerrado. Sou suspeito para falar, mas acredito que o Cerrado neste momento tem passado por uma invasão muito grande e que é pouco falada. Pouco se fala da importância do Cerrado para abastecer, inclusive, as águas da Amazônia.”, revela o goiano.

ArtRio: Galeria Movimento apresenta obras de Hal Wildson no Espaço Solo
Hal Wildson (Foto: Andrey Costa para Ás na Manga)

ArtRio 2023

Data: 14 a 17 de setembro (quinta-feira a domingo)

Preview – 13 de setembro (quarta-feira)

Venda de ingressos: a partir de 1º de agosto no site

Ingressos: R$ 80 / R$ 40

Horários:

13 de setembro – Preview das 13h às 21h

14 a 16 de setembro – das 13h às 21h

17 de setembro – das 12h às 20h

Local: Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, S/N – Glória

Estacionamento no local, sujeito a lotação

Metrô: Estação Glória

*Por Andrey Costa

Foto destaque: Divulgação

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