* Com Flávio Di Cola, direto de Cannes

Enquanto o Rio de Janeiro e São Paulo amanheceram sob chuva nesta sexta-feira (19/5), a Riviera Francesa padece de uma das primaveras mais quentes dos últimos tempos, com temperaturas superiores a 30º, uma enormidade para os padrões mediterrâneos neste época do ano. E, com o Festival de Cannes já em pleno vapor, o clima tende a se elevar mais ainda, inclusive no Palácio dos Festivais, onde acontecem as galas à noite, com Jessica Chastain, jurada da seleção oficial, esquentando mais ainda o ambiente a cada aparição e engolindo Will Smith, seu colega de júri.

Se o filme de abertura do evento, Les fantômes d’Ismäel(leia mais aqui), teve recepção morna – quase uma tradição quando se trata das produções escolhidas para dar partida ao evento –, com o jornal francês Le Monde creditando “uma crise de inspiração” para o diretor Arnaud Desplechin, o balneário francês encontra-se em ebulição, com os locais precisando se adaptar às hordas de turistas que invadem a cidade, tudo amplificado pelas dezenas de celebridades que elevam o calor em mais alguns graus centígrados. Soma-se a isso a preocupação das autoridades com a segurança, reforçada diante da possibilidade de um ataque terrorista como aqueles que andaram tomando conta de Paris nos últimos tempos e, sobretudo, com o que pôs Nice, outra cidade-emblema da Côte D’Azur, nas manchetes dos jornais há apenas dez meses. Em busca dessa atmosfera ao mesmo tempo très chaud, como diriam os franceses, e frenética, ÁS tem circulado pela cidade em busca de pequenas curiosidades. Confira!

A moça está com a bola cheia: considerada uma das atuais grandes apostas de Hollywood, ao lado de Amy Adams e Jennifer Lawrence, igualmente ruivas, Jessica Chastain desembarcou essa semana no Aeroporto Internacional de Nice com pompa e circunstância, como uma das figuras midiáticas que compõem o júri da seleção oficial do evento. No caso, com um time de seguranças à sua volta e paparazzis prontos para flagrar aquele instante. Ah, o modelito? Ralph Lauren Collection! (Foto: Divulgação)

Mas, não é só em desembarque de aeroporto que La Chastain apoasta no pretinho. A estrela sabe valorizar as madeixas vermelhas com uma boa moldura negra e, na noite de abertura, ela lacrou com o tomara-que-caia bordado de Alexander McQueen (Foto: Divulgação)

Até agora, dentre o time de astros hollywoodianos importados por Cannes para abrilhantar o evento, Jessica continua na pole position desta edição, “engolindo” o fortão Will Smith, um dos mais lucrativos atores do star system atual , a quem é sempre destinada a missão de salvar o planeta nos blockbusters (Foto: Reprodução)

Os super-heróis tomam a Riviera de assalto: o venerável Hotel Carlton continua como o principal outdoor e bunker dos grandes estúdios de Hollywood. Se, em 2015 ele foi o quartel-general de “Mad Max: estrada da fúria”, que acabou surpreendendo todos e se mostrando um dos lançamentos-vedete da edição, agora é o Homem-Aranha quem repousa na sua fachada, sobre a testeira do prédio. E, enquanto a Columbia Pictures domina o topo da construção com seu “Homem-Aranha: de volta ao lar”, o imenso banner da Paramount ocupa a base da edificação (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Mas, criaturas dos gibis norte-americanos não invadem apenas as fachadas de prédios históricos. Essa galeria de arte em Cannes vende esculturas de personagens dos quadrinhos adaptados para o cinema. Aliás, esse tipo de produto atualmente é uma febre no balneário, pois são vistos em vários lugares. Sinal de que nem a maior festa do cinema mundial está imune ao gênero mais lucrativo de Hollywood hoje em dia (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Pit dos fotógrafos: dezenas de escadas para os fotógrafos fazerem suas fotos diante do Palácio dos Festivais – de onde se estende o red carpet – fazem parte da enorme estrutura que a prefeitura de Cannes é obrigada a montar diariamente. Como uma instalação do ArtRio, elas ficam ali empilhadas no meio da rua durante todo o evento… (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Aliás, um dos inúmeros rituais de Cannes é o desenrolar do tapete vermelho que marca de forma simbólica uma abertura avant la lettre do festival, merecendo – inclusive – cobertura de dezenas de repórteres fotográficos e transmissão direta pela TV (Foto: Flávio Di Cola)

O lançamento de “Titanic” (1997) está comemorando 20 anos, mas quem na Croisette se habilita a pagar micão de se sentir uma Kate Winslet por alguns segundos, mesmo ao lado de um DiCaprio ninfeto de papelão, sem risco de tomar um shade? (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Com o objetivo de comemorar os 70 anos do Festival de Cannes, a prefeitura local inundou a cidade com fotos que registraram a passagem dos grandes mitos cinematográficos pelo balneário. Kim Novak, quem diria, acabou num terminal de ônibus (Foto: Flávio Di Cola)

Política e Sétima Arte sempre se cruzam. O 70º aniversário do Festival de Cannes coincide com a posse de Emmanuel Macron, e a capa de “Paris Match” estampa “A esperança ganhou” (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

O Festival de Cannes é, de longe, o evento mais mediatizado do planeta, considerando que ele dura 12 dias. As revistas especializadas em cinema – uma verdadeira mania na França – chegam a aumentar em 50% as suas tiragens (Foto: Flávio Di Cola)

A nova revolução chinesa e a indústria cultural: reflexo da transformação da China na segunda maior potência audiovisual do planeta, a presença da imprensa local amarela se faz mais forte a cada edição do Festival de Cannes (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Palavra de ordem em Cannes: segurança! Tendo em vista os recentes ataques terroristas na França, a guarda municipal foi reforçada a níveis inéditos na história o evento. As mulheres também fazem parte dos esquadrões que garantem a tranquilidade dos turistas (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Mas a segurança da Riviera Francesa não se resume ao policiamento dos esquadrões antiterror. O Festival de Cannes não é apenas a festa do cinema, mas também dos punguistas e batedores de carteira. Volantes como estes são distribuídos nos pontos mais movimentados da cidade a fim de dificultar o trabalho dos amigos do alheio (Foto: Flávio Di Cola)

Só a rigor: não existe crise no Festival de Cannes. Com tantas noite de galas, badalos e red carpets durante os 12 dias do evento, o comércio de roupas de festa e locação de trajes sociais prospera na mesma progressão que os contos de fada live action invadem as salas de cinema mundo afora (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Eles são tipo os neofashionistas que tentam ingressar nas salas de desfile das semanas de moda: os gratteurs – em tradução livre, “os que tiram uma casquinha” – rondam incansavelmente o Palácio dos Festivais, prontos para descolar um convitezinho básico que lhe dê acesso a uma sessão. Decididamente, já se transformaram em figuras pitorescas do folclore cannois (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

Celebridade rasteira: até o asfalto da Croisette dessa vez ganhou a sua Palma de Ouro, uma novidade! (Foto: Flávio Di Cola para Ás na Manga)

 

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