Ninguém segura o Kalil! Esse slogan de uma tradicional loja de tecidos do Rio de Janeiro, a Kalil M. Gebara (com um “L” só), cai como uma luva na resenha do desfile de Kallil Nepomuceno (com dois “L”), que mandou ver na sua apresentação nesta edição do DFB Festival. O designer tem público fiel, daquele que vibra, assovia, aplaude, faz o diabo. Tipo administrador de fã clube que toca fandom, na mesma vibe da turma abravanada dos fashion shows de Dudu Bertholini, Amapô, Walério, Rita Comparato, no SPFW. Por isso, qualquer passarela de Kallil é uma festa! E nem tenta segurar o Kallil que não rola.
O estilista ofereceu ao público uma coleção plena de babados babadeiros, afinados com a forma como o rapaz enxerga o hoje, após dois anos de profundas transformações gestadas no casulo do isolamento social. A ideia é festar. Mas não se trata de badalo por badalo. Ele pensa em interação, no exercício dos sentidos, no contato que proporciona uma mélange de cheiros, paladares e imagens trocadas. É por isso que também é inspiração o Hospital de Olhos Caviver, com serviço ocular humanizado e gratuito ofertado às crianças socialmente desfavorecidas. Daí o look do modelo masculino de paletó amarelo com a gravata cobrindo-lhe os olhos. Sim, tudo é válido no novo get together!
No agito nepomucenesco, não há espaço para mimimi. É firula raiz! No vale-tudo, tudo é fruição, dos paletós de modelagem impecável usados com calças pied-de-poule, para eles, a, para elas, leggings gráficos oitentinha apimentando os belos vestidões vaporosos, em cores vivas, porém delicadas. Afinal, é tempo de respiro! Aliás, as estampas são carro-chefe da coleção, ornando bem, na edição de moda, com os lisos. Dentre essas, ondas psicodélicas (Hello, Pucci!), arco-íris disco e geometrias.
No feminino, ombreiras que fariam Lady Gaga salivar numa experiência pavloviana, corselets, botas metalizadas, degradês lindinhos e nervuras ou plissados. No masculino, o mix de tricôs multicoloridos com calças estampadonas foi quem fez o ÁS suspirar.
E, todos os sexos, boleros com colorblocking e pontas acentuadas (nas tais ombreiras) entregam a bandeira de que talvez, nesse arroubo pós-vacina, Kallil tenha sacudido as maracas. Explica-se: com esse colorido e pequenos detalhes, difícil não imaginar o estilista num rolezão virtual pelo México, Costa Rica, Guatemala!
Confira abaixo as imagens do desfile de Kallil Nepomuceno (Fotos: Divulgação):
*Por Alexandre Schnabl
Foto destaque: backstage Kallil Nepomuceno (Foto: Nicolas Gondim/Divulgação)
Deixe seu comentário