* Por Bruno Muratori, direto de Lisboa

Nada melhor que começar o dia com promessa de economia no bolso. Mesmo que seja na ‘Zorópa’. Diferente do governo, vai fazer bem o dever de casa e, de preferência, nada de pedaladas nas contas. TCU agradece! Lembra aquele tempo em que a brazucada tirava onda sem pensar em economizar, ostentando nas viagens à Europa e tirando selfies nos lugares mais badalados? Agora, com o euro batento quase a casa dos cinco reias, é melhor segurar a onda, sem abdicar de um pouco de glam. Explica-se: neste domingo (27/9) é dia de entrada livre em todos os monumentos e museus portugueses, dentro do âmbito das Jornadas Europeias do Patrimônio. Não somente hoje, mas, aliás, em todos os domingos de cada mês. Direto da capital portuguesa, ÁS listou alguns passeios imperdíveis, verdadeiros achados na terrinha: museus de Portugal na base do 0800.

A programação não se resume apenas ao patrimônio industrial e técnico, mas inclui também visitas a fábricas, minas, linhas de caminhos férreos e até moínhos. O programa completo das atividades pode ser consultado através do site do patrimônio cultural (http://www.patrimoniocultural.pt/pt/) e, segundo o comitê organizador, também são programa garantido, experiências para vivenciar que vão além de comer bacalhau e devorar pastel de Belém. Considerada umas das cidades mais bonitas do globo, Lisboa tem se revelado mais do que nunca nos últimos tempos, desde a série de colinas que descem para o Tejo, um um dos locais mais cénicos do mundo.

A oportunidade tem agradado em cheio tanto que mora na urbe quanto quem visita a cidade, pois a grana anda curta no mundo inteiro e todo mundo tem procurado aproveitar a bocada, com Lisboa lotando de gente de fora nesses domingueiras 0800. Motivo não falta. Afinal, vistas de tirar o fôlego são encontradas em cada esquina da cidade mais ocidental na Europa, cuja antiguidade pré-data capitais europeias como Londres, Paris e Roma por centenas de anos.

Confira abaixo o top 6 (mania do ÁS de jogar por números pares) daqueles espaços dos quais não se deve deixar de aproveitar nessa oportunidade. ti, a lista é grande, vale conferir e escolher o seu roteiro. Confira:

#1 – Mosteiro dos Jerónimos

Meio batidão, tipo cartão postal obrigatório de quem vai à capital portuguesa? Okay, mas quem disse que não é parada fundamental, tipo dar aquele rolezinho básico perto da Torre Eiffel em Paris? Um dos monumentos mais importantes do estilo manuelino em Lisboa, considerado Património Mundial pela UNESCO em 1983, a riqueza barroca possibilita sempre novas descobertas através dos olhares afiados. De quebra, lá se encontram os restos mortais de Vasco da Gama e Luís de Camões. Vai um selfie aí?

Mosteiro dos Jerônimos: já esteve no local? Aproveite a promo para ver com outros olhos detalhes que escaparam da vista (Foto: Reprodução)

Mosteiro dos Jerônimos: já esteve no local? Aproveite a promo para ver com outros olhos detalhes que escaparam da vista (Foto: Divulgação)

#2 – Palácio Nacional da Ajuda

Obra master do estilo neoclássico na freguesia de Ajuda da cidade de Lisboa, que foi construída no local de um edifício de madeira temporário feito para abrigar a família real após o terremoto que sacudiu a cidade em 1755. Quem ama festas de Babette vai se derreter com a pomposa sala de banquete do palácio.

Palácio da Ajuda: salão de banquetes digno de fazer visitante sentir fome de Pantagruel (Foto: Reprodução)

Palácio da Ajuda: salão de banquetes digno de fazer visitante sentir fome de Pantagruel (Foto: Divulgação)

#3 – Museu Calouste Gulbekian

Quem disse que Lisboa só sobrevive de antiguidades barrocas ou renascentistas? O Museu Calouste Gulbenkian prova o contrário, com suas linhas modernistas, e contém tanto peças de arte antigas quanto modernas numa das melhores coleções particulares do globo, legadas pelo magnata que dá nome ao espaço e acumuladas ao longo de um período de 40 anos por esse tycoon do petróleo, que foi um dos homens mais ricos do século 20. E de quebra, ainda engloba seções com magníficos exemplares de arte egípcia, grega, romana, islâmica asiática e europeia, para quem não pretende se resumir aos óbvios Metropolitan (Nova York), Museu Britânico (Londres) e Louvre (Paris).

Calouste Gulbekian: ama Niemeyer e outrso papas do modernismo? Então essa não é de se perder (Foto: Divulgação)

Calouste Gulbekian: ama Niemeyer e outros papas do modernismo? Então essa não é de se perder (Foto: Divulgação)

#4 – Palácio de Queluz

Seus jardins históricos constituem um dos mais extraordinários exemplos da harmoniosa ligação entre paisagem e arquitetura, o local pertencem a um período marcado pelo barroco, mas que segue pelo neoclássico. Foi residência de verão da família real, local onde permaneceram até embarcarem para o Brasil em 1807, fugindo de Napoleão. Curiosamente, foi ali onde D.Pedro I nasceu – e ironicamente morreu -, no famoso quarto Dom Quixote.

Palácio de Queluz: quarto famoso que foi usado por Dom Pedro I antes e depois de dar função de alcova a amas com dossel (Foto: Divulgação)

Palácio de Queluz: quarto famoso que foi usado por Dom Pedro I antes e depois de dar função de alcova a camas com dossel (Foto: Divulgação)

#5 – Palácio Nacional de Mafra

Mandado construir por D. João V para cumprir um voto de sucessão, o Palácio de Mafra é o mais importante monumento barroco em Portugal. Parece até Versailles, mas só falta cheirar a toucinho do ceu. O conjunto arquitetônico é formado por um Paço Real, Basílica e Convento e possui importantes coleções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, além de uma biblioteca única, seis órgãos históricos e um hospital do século XVIII, da época em que estes estabelecimentos só eram local de cura se estivessem vinculados à nobreza. Já que é menos visitado por brasileiros do que outros monumentos mais óbvios, vala aproveitar o dia de boquinha grátis. Integrado à Rede de Residências Reais Europeias, é construção que só foi possível graças à enorme extração de do ouro do Brasil. Cá entre nós…

Palácio de Mafra: local tem deslumbrante biblioteca que já vale a visita (Foto: Divulgsação)

Palácio de Mafra: local tem deslumbrante biblioteca que já vale a visita (Foto: Divulgsação)

#6 – Torre de Belém

Está bem, é lugar para lá de batido para quem viaja à terrinha, mas esse patrimônio mundial – devido ao papel significativo que desempenhou nas descobertas marítimas portuguesas – é um dos favoritos da brasileirada que passa por Lisboa. Então vale dar um rolé e mandar na lata: “Olha o Cabral aí, gente!”.

Torre de Belém: figurinha fácil? TRudo bem, mas tão essencial em Lisboa quanto a Torre Eiffel em Paris (Foto: Divulgação)

Torre de Belém: figurinha fácil? Tudo bem, mas tão essencial em Lisboa quanto a Torre Eiffel em Paris (Foto: Divulgação)

* Carioca de nascença e cidadão do mundo, Bruno Muratori vive a saga da reinvenção. Em 2009, saiu do Brasil para morar em Paris e se tornou produtor de festas. Depois foi para Lisboa, desvendou a terrinha para os brazucas e renasceu como um porto seguro, fornecendo preciosas dicas da night na metrópole. Há dois anos, retornou ao Rio, trabalhou com publicidade, marcou presença e colaborou com sites de comportamento. Agora de volta à Europa, faz a ponte entre a cultura mainstream de lá e aqueles badalos com jeitinho de alcova.

 

 

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