*Por Andrey Costa
Sim, por uma série de questões, foi tardio. O agito que fechou a folia foi depois do verão, já no outono por razões que todos já sabem. Aliás, não é essa a tônica desse artigo, nem vem ao caso. O Baile da Vogue rolou nesta noite de sábado (23/03), fluiu lindo no salão do Hotel Unique, em São Paulo. Dessa vez, o tema foi “Um palco onde todos podem brilhar“, deixando claro que não pode haver espaço para apartheids hoje em dia. O evento, que representa no carnaval paulista o devido sopro de exclusivité, se pretendeu plural, democrático, inclusivo. Dentro do possível, óbvio, porque ninguém é tolo. Todo cuidado foi pouco e deu certo, nem que fosse para não dar margem à turma que procura cabelo em ovo. Sim, a banda toca. Toca alto.
Expectativas não faltaram. Na proposta de acalmar possíveis ânimos exaltados com, quem sabe, um desprestígio que o badalo poderia sofrer, em associação direta com a interpretação de descuidos prévios, e com a possibilidade do brilho do agito ser eclipsado por uma era em que a o distanciamento (tão próximo) da internet é ao mesmo tempo promotor, juiz e algoz, a produção tomou as devidas precauções. Funcionou. Teve até ação beneficente, o tal cala boca que sempre dá certo. Por que não? Ao utilizar da sua influência para reverter renda em causa, três instituições saíram devidamente favorecidas: Casa 1, que acolhe jovens LGBTQI+ expulsos de casa devido sua orientação sexual (ameaçada de fechar as portas por falta de apoio), a Spectaculu, de Gringo Cardia e Marisa Orth, que forma dentre jovens de comunidades carentes profissionais para a área cênica, e Gerando Falcões. Bacana, né? Tão interessante quanto as causa apoiadas, foram as roupas escolhidas pelas convidadas do evento, que fugiram daquela obviedade chatinha das edições anteriores e ajudaram o evento a se reinventar. Assim, a sopa rendeu, o caldo não entornou e ÁS elegeu o Top 10 dos melhores looks.

Com Bruno Astuto ao centro, o responsáveis pelas instituições beneficiadas com a ação do Baile da Vogue, entre eles Gringo Cardia e Marisa Orth (embaixo, segunda e terceiro da direita para a esquerda), da Spetaculu, posam para o badalo (Foto: Instagram)
1 – Sabrina Sato de Tomo Koizumi
A japa mais famosa do Brasil e atual mamãe tratou de envergar um vestido em organza de seda do estilista mais hypado entre as divas do pop japonês, Tomo Koizumi, que criou uma peça que pesa sete quilos em camadas embabadas (como diria Regina Guerreiro). E fez com que Sabrina fugisse um pouco da linha sexy que sempre acaba fazendo, encabeçando merecidamente a listinha do ÁS na Manga.

Sabrina Sato envergou no Baile da Vogue vestido Tomo Koizumi com styling de Pedro Sales (Foto: Thiago Bruno / Reprodução)
2 – Sheron Menezzes de Atelier Le Lis
Musa do evento, Sheron Menezzes não pensou duas vezes na hora de mergulhar na Pantone e encabeçar uma constelação.

Sheron Menezzes amarelou no Baile da Vogue com look do Atelier Le Lis (Foto: Thiago Bruno / Reprodução)
3 – Letícia Birkheuer de Lino Villaventura
ÁS amou a escolha da atriz e modelo Letícia Birkheuer para a edição desse ano do Baile da Vogue. Nada óbvia e muito atenta ao tempo, a gata de olhos de husky foi num Lino Villaventura impactante. Passou longe de errar e mirou no conceito-peixão, lindo de doer e que anda conquistando até o cantor Ney Matogrosso em sua nova turnê, que conta com looks do designer amadíssimo daqui do portal (veja aqui).
4 – Manu Gavassi de Pat Bo
A princesinha do pop tupiniquim, Manu Gavassi, botou o ombrão para jogo com um vestido de busto bordado da Pat Bo, de mangas bufantes, tipo princesa mesmo. Disney ou Star Wars? Pouco importa. A autora e intérprete do hit “Garoto Errado” fez a escolha certa, segurou no carão e flanou baile adentro.

Manu Gavassi lacrou no Baile da Vogue com vestido Pat Bo e styling de Carol Roquuete (Foto: Reprodução)
5 – Michelli Provensi de Gucci
Certeira. Certeiríssima. “Michi“ Provensi sabe ser coerente no estilão: tratou logo de envergar um vestidinho acinturado com laçada única, nada básico, da Gucci, que ornou com tudo, até com seu novo corte de cabelo pleno de categoria. Rendendo a ela o quinto lugar do nosso Top 10, o look tipo soberana de Mangá.

Arigatô! No Baile da Vogue, Michelli Provensi ofusca no vestidinho Gucci (Foto: Thiago Bruno / Reprodução)
6 – Schynaider Garnero de Walério Araújo
Nada de capa?!? Desculpa, Edna, aqui não vale. O incrível agora não é voar pelos céus de uma fictícia metrópole, mas flanar na defesa da diversidade. Nem que seja vestida de toureira. Não teve jeito: a peça, que vem aparecendo em boas coleções, como as vistas recentemente na Semana de Moda de Londres, deu o ar de sua graça no baile no look da modelo Schynaider Garnero, feito pelo estilista babadeiro Walério Araújo. Como a intrépida toureira vivida por Rosario Flores, no almodovariano “Fale com ela” (2002).

Olé! Mãe de crianças de 4 e 11 anos, a sempre em forma Schynaider Garnero põe os touros aos seus pés no Baile do Vogue, com look Walério Araújo (Foto: Thiago Bruno / Reprodução)
7 – Valentina Sampaio de Rosa Chá
Equilibrando uma cabeça incrível feita pelo head piece designer Davi Ramos, a modelo Valentina Sampaio emplaca na lista de melhores looks ao desfilar pelo salão do Hotel Unique um vestido Rosa Chá todo bordadão. A bela reforçou seu estilo pessoal, que abusa desse glam de uma diva do cinema italiano setentista, mas sem afetação. You go, girl!

Valentina Sampaio reluz no Baile da Vogue, em peças Rosa Chá com styling de Juliano Pessoa e Zuel Ferreira (Foto: Reprodução)
8 – Helô Rocha de Atelier Le Lis
Apesar de ter vestido boa parte das beldades que pulularam pela festança, Helô Rocha mostrou que em casa de ferreiro, o espeto é de ouro! A gata segue no comando do Atelier Le Lis e não pensou duas vezes na hora de botar uma de suas criações para jogo. Posuda.

Nada como reverenciar a si própria: Helô Rocha usou vestido Atelier Le Lis by herself no Baile da Vogue (Foto: Thiago Bruno / Reprodução)
9 – Isabeli Fontana de Colcci
Covergirl favorita da Revista Vogue, Isabeli Fontana, sabe o que funciona. Não arriscou, mas ousou nas pernocas de fora e no vestido “engana mamãe”, exclusividade da Colcci para a musinha, que envergou coroa digna de Mae West no look em que a loura mais serelepe da Paramount homenageava a Estátua da Liberdade.
10 – Larissa Manoela de Maison Lethicia
A rainha do teen pop nacional causou. Closeira que só ela, Lari Manoela fez questão de subir no salto e encarnar um mulherão. Afinal, ela cresceu, né? Num vestido Maison Lethicia, a nossa eterna Maria Joaquina brasileira estava gata-garota. E, dessa vez, nem perdeu a mão no styling, do qual ela costuma (e adora) abusar, fechando assim, o nosso Top 10.
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