Entre os armazéns coloniais e ruas de paralelepípedos da Gamboa, o projeto “Do Lixo ao Luxo” desvela o extraordinário que se esconde no ordinário. E é a argentina de mãos douradas pela Bienal de Florença, Susi Sielski Cantarino, quem conduz essa transmutação moderna com o olhar perspicaz de quem enxerga beleza onde outros veem apenas detritos.

Susi Sielski Cantarino (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)

Agora batizada “Do Lixo ao Luxo Reciclando” e com incentivo da Integra Rio, essa segunda edição da exposição transformou a Galeria Metara em um espaço de reinvenção durante seu vernissage na última quinta (27/4). Ao lado das obras de Susi e do também premiado Osvaldo Gaia, brilham pinturas criadas por jovens que ressignificaram molduras em narrativas visuais vibrantes. Se Vik Muniz verteu catadores de Gramacho em grandes artistas, é Susi quem ensina adolescentes da Fundação Darcy Vargas a pintarem seus sonhos.

Thifanny Rodrigues Pereira, Susi Sielski Cantarino e Maísa Nogueira (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)

“O projeto nasceu da necessidade de conscientizar sobre o descarte responsável”, explica Susi. Nas oficinas ministradas por artistas como Luiz Badia e Alfredo Borret, os participantes criaram “lixeiras-artsy”, objetos funcionais que levam a mensagem do consumo consciente para seus lares. “Tudo que realizamos com convicção, paixão e potência não apenas floresce no presente, mas se expande como alicerce para os projetos que estão por vir”, reflete a idealizadora, dona de si.

“Do Lixo ao Luxo Reciclando” (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)

Enquanto projeções no Moinho Fluminense documentavam o processo criativo, as peças na galeria testemunhavam esse poder regenerador. “A arte tem esse papel: dar novo significado ao que é descartado”, observa Osvaldo Gaia, destacando como a iniciativa fortalece a autoestima dessa nova geração de artistas.

Susi Sielski Cantarino e Osvaldo Gaia (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)

O que “Do Lixo ao Luxo” nos oferece é uma nova gramática para ler o mundo. Nas molduras redescobertas, nas tampinhas reutilizadas, na confiança reconstruída desses jovens, descobrimos que a verdadeira sustentabilidade começa quando trocamos a lógica do “jogar fora” pela poética do “reciclar”. É sobre realmente enxergar, com os olhos da arte, da consciência e, sobretudo, da possibilidade. Num tempo de excessos, a mostra lembra que nosso maior recurso talvez seja justamente aquilo que insistimos em chamar de sobra.

Confira abaixo quem descartou o ego e reciclou a alma, prestigiando Susi e Osvaldo na abertura da exposição (Fotos: Divulgação):

Luís Santos e Susi Sielski Cantarino (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Bruno Pitanguy e Susi Cantarino (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Márcia Pitanga , Patrícia Niedermeier, Patrícia Aguiar, Glaucia Camargo, Susi e Cavi Borges (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Susi Sielski Cantarino e Patrick Sabatier (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Márcia Pereira Fernandes, Susi e Roberto Padilha (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Alexandre Murucci e Susi Sielski Cantarino (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Susi Sielski Cantarino e Sérgio Malta (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Osvaldo Gaia Thyna Mendes e Willian Guedes (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Ricardo, Mônica Sanches e Jefferson Svoboda (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Anna Bella Geiger (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)
Galeria Metara (Foto: Reginaldo Texeira/ Divulgação)

Serviço:

Exposição “DO LIXO AO LUXO Reciclando”, de Susi Sielski Cantarino 

Local: Galeria Metara (Rua Sacadura Cabral 264, Santo Cristo.);

Visitação: até dia 7 de abril;

Contato: @galeriametara/ www.metara.com.br

*Por Luana Murakami

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