Fazendo frente ao retrocesso propagado pelas redes sociais, como as trends do Tik Tok que mostram e romantizam a rotina de uma “tradwife” (um neologismo para esposa tradicional ou dona de casa tradicional), ainda baseada na submissão ao marido e endossando o discurso antifeminista, o Prêmio Empoderadas, que aconteceu na noite desta segunda-feira (9/12), no Copacabana Palace, deu um recado importante: a união entre mulheres deve seguir somando forças em todas as esferas da sociedade. Como movimento que cresceu em todo o mundo sem nunca ter tido uma única doutrina fixa e sem a pretensão, que existiu em outros movimentos revolucionários, de resolver todos os problemas da sociedade a partir de uma única causa, o feminismo em voga no prêmio buscou unificar vozes numa noite estimulada por histórias de mulheres poderosas.
Na noite foram premiados 25 nomes que lutam contra qualquer tipo de violência contra as mulheres, dentre eles um destaque, a presença da atriz Luana Piovani. “Salvar a vida de uma mulher não tem preço. Por isso, esses nomes da esfera pública — juízes, promotores, delegados, desembargadores, policiais — que atuam na linha de frente contra a violência de gênero merecem destaque”, disse Luana, em seu discurso. Além dela, outra ativista da casa, a eterna modelo Luiza Brunet também foi premiada. “É importante as mulheres saberem que não estão sozinhas. Apenas quem passou por situações de violência, sabe como é difícil. Mas não precisa ser solitário”, diz Brunet.

A atriz Mariana Santos, que na novela das 21h da TV Globo, “Mania de Você”, vive a personagem Fátima, uma dona de casa frustrada, que sofre agressões e tem sua autoestima e seu amor-próprio atacados diariamente pelo marido, também será premiada. “Jogar luz nesse assunto tem me causado muita emoção, é impressionante a quantidade de relatos que chegam até mim. De todo tipo de mulher, de diferentes regiões e classes sociais”, afirma Mariana. A apresentadora Xuxa completa o time de famosas premiadas da noite. Mas ao contrário de Luana, Luiza e Mariana, não esteve presente, mas fez questão de gravar um vídeo falando sobre o tema e agradecendo sua homenagem, exibido durante o evento.

Quem apresentou o evento foi Érica Paes, criadora do programa e superintendente de equidade e gênero. Ex-campeã de jiu-jitsu e precursora das artes marciais femininas do país, ela virou uma renomada especialista em segurança feminina. “A ideia de criar o Empoderadas surgiu depois que eu, mesmo sendo uma atleta especialista em lutas, sofri duas tentativas de estupro”, comenta Érica, que dividirá o posto na apresentação da noite com a atriz Isabel Fillardis. “Essa causa também é minha e fiz questão de estar presente no evento”, diz Fillardis.

Fundado em 2019, hoje o Empoderadas tem 68 polos ativos por todo território fluminense. E, ao longo deste tempo, cerca de um milhão e trezentas mil mulheres foram assistidas. A prevenção é a base da metodologia do programa, que leva aos seus pólos em todo o estado tatames e professoras graduadas em artes marciais. Essas profissionais são preparadas para oferecer educação, alertar para direitos e identificação dos sinais da violência, sempre atuando de forma preventiva.

“Uma vez que nossas alunas se identificam como vítimas de violência, são inseridas na rede social, jurídica e psicológica do próprio programa. Ou, ainda, direcionadas aos equipamentos municipais e estaduais de atendimento para mulheres. Em casos de violência patrimonial, nossa equipe oferece cursos profissionalizantes e de empreendedorismo para que as mulheres obtenham autonomia financeira, e consigam romper o ciclo da violência”, explica Érica Paes.
Confira quem marcou presença no Empoderadas O Prêmio! (Fotos: Reginaldo Teixeira/ Vivian Fernandez):





























*Por Andrey Costa
Foto destaque: Divulgação
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