Fechando o segundo dia de São Paulo Fashion Week no Pavilhão das Culturas Brasileiras (PACUBRA), na última terça-feira (15), Lilly Sarti apresentou uma coleção alinhada ao minimalismo na contramão dos ares que nos levam a crer que a afetação do indie sleaze é a bola da vez entre as marcas. Mas Lilly é Lilly. Cada vez mais consistente em relação ao estilo que a marca vende, a diretora criativa da marca homônima mostrou que sua mina de referências é rica e pode revelar gemas preciosas. Da viagem fashion ao oriente, Lilly trouxe o minimalismo japonês através de recortes, modelagens mais limpas e formas que justificam o interesse vivo de seguir acompanhando o desempenho da label.
O equilíbrio da silhueta, que surge enxuta, oversized ou numa mistura das duas, é um ponto alto e mostra que Lilly tem a noção de estilo necessária para agradar a cliente fiel e a si mesma, por quê não? O resgate de alguns elementos dos anos de 1980, que costuma dar as caras de modo revisitado na marca, também se fez presente, mas dessa vez sob um olhar mais polido, que respingou nos ombros marcados, no balonê da vez e nos lenços performáticos do styling. Mais ousada, a etiqueta subverte a ideia de marca que costuma focar apenas no que vende e apresenta propostas interessantes para quem sempre espera um pouco mais de picardia.

Boa representante da mistura excelente de estampas, padronagens e texturas, a marca brilhou com o mix de xadrezes e estampas florais, tudo sem datar nas propostas. O uso refinado da organza e dos jacquards também indicou a sabedoria de evitar exageros, deixando as roupas muito mais mais polidas e, consequentemente, mais elegantes do que o costume.







*Por Andrey Costa
Foto destaque: Zé Takahashi/ @agfotosite/ Divulgação
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