* Por Dani Lachter e Alexandre Schnabl
Em contraponto ao que foi visto dias antes no Minas Trend, onde listras e sportswear predominaram tanto nos desfiles quanto na feira de negócios, tendo em vista a Copa do Mundo, um dos prints predominantes na 45ª edição da São Paulo Fashion Week foi o xadrez. Em várias opções, diga-se de passagem, do vichy – aquele das toalhas de piquenique, e escalas normal e maxi – ao tradicional, do madras ao príncipe de gales.

Em seu primeiro desfile feminino na SPFW, João Pimenta misturou madras com outros motivos em looks que primaram pelo patchwork (Foto: FOTOSITE / Divulgação)
A consultora de moda e varejo Mey Leng é categórica: “Listra é o pretinho básico de todo verão. Que quer fazer caixa vai nessa direção, por isso tantos tipos de listrados dessa vez. Nunca vi tantos de uma só vez. É uma resposta à crise. Já o xadrez é mais trendy”.
Mesmo assim, os diversos formatos de xadrez apresentados na passarela da SPFW mostram que as marcas estão apostando firme nessa estampa que vai e volta e foi papo firme nos anos 1980, década que volta agora aos holofotes da moda.

A moderninha PatBo trouxe o clássico príncipe de gales para o olho do furacão em sua apresentação na 45ª edição da SPFW (Foto: FOTOSITE / Divulgação)
Popularizado pela realeza britânica, o príncipe de gales costuma ser tiro e queda na alfaiataria. Saville Row que o diga! Hoje, essa aristocrática padronagem também comparece em produções mais casuais, e agora surge em versão mais cool, com pegada street. Entre todas as opções de xadrez à escolha nesta temporada, ele sai na frente como highlight.
Mey Leng esclarece: “Mesmo lá fora, o príncipe de gales não pegou como se pretendia. É uma opção muito fashionista, sobretudo na mistura das produções. Mas ele foi importado, as tecelagens investiram. Vai aparecer pontualmente como item da moda em coleções de grifes que não pulverizam, que compram e produzem em menor escala, vendem em menor amplitude, são caras e exclusivas. O madras também vai ser proposta mais sofisticada para usar com os linhos, principalmente nas cartelas pastel”.
E que xadrezes prometem lacrar na caixa registradora? A coolhunter dispara: “O xadrez dessa vez tem projeção para três estações. Quem vai dar as caras, inclusive nas fast fashions com força total vai ser aquele xadrez tradicional, jovem. É bom se preparar. E no mercado mais comercial, inclusive das marcas populares, é o vichy, que coordena super bem com os florais”.

Fernanda Yamamoto não apresentou vichy na sua nova coleção desfilada, mas irrompeu na passarela a caráter no tema, com um modelo em padrão bem miudinho, que está a venda no site (Foto: FOTOSITE / Divulgação)
Confira abaixo quem investiu no xadrez durante a SPFW:
Para o masculino, João Pimenta apostou no xadrez madras em casacos e camisas, conciliando um ar despojado e chiqueréssimo!
Quem também não deixou de apostar nesse xadrez, que tem origem na Índia, foi Reinaldo Lourenço, que trouxe o madras para a camisa feminina.
Já PatBo mesclou seus bordados com o tradicional príncipe de Gales, fazendo uma belo equilíbrio entre a delicadeza do handmade e a masculinidade do xadrez.
A Cotton Project também investiu em duas variantes do xadrez, uma mais clara e outra mais escura, sinalizando os novos rumos de um homem que foge da urbe em direção à a vida rural, mas que conserva o apreço pela alfaiataria.
A Salinas usou a reprodução estilizada dos azulejos das piscinas, com os ladrilhos e seus rejuntes, como forma de embarcar na ideia dos xadrezes!
Com um dos desfiles mais bonitos da temporada, Apartamento 03 pintou e bordou (literalmente!) com sugestões de xadrezes inacabados, feitos com linhas, em boa parte da coleção.
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