Ziriguidum 22: Ju Ferraz lista três oferendas que rendem uma boa alfazema

Não precisou nem botar ramo de arruda atrás da orelha. O ebó é forte e Ju Ferraz tem corpo fechado. De volta ao Rio nesta quinta (28) para finalizar o carnaval carioca, a moça bateu um papo-cabeça com o ÁS enquanto cuida dos últimos preparativos para o Baile da Vogue, nesta sexta (29), no Copacabana Palace, e da última rodada do Camarote Brahma Número 1, na Sapucaí, por ocasião do Desfile das Campeãs (30).

Filha de Oxum com Ogum, Ju vem banhada em ouro, ama tudo o que é luxo e conforto, mas é tinhosa, danada de que só, capaz de fazer o que for preciso para conquistar o que deseja. Quando a causa é boa, então paga para entrar numa briga. E corre atrás do prejuízo para conseguir o que quer. Para completar, tem afinidade de alma com Iemanjá, então vem toda trabalhada na generosidade. Cria de Salvador, né, amor? Arretada!  Por isso, entrega, de mão beijada, toda perfumada na alfazema, aquelas que considera as três oferendas lindas que o carnaval proporcionou na Sapucaí, neste ano. De quebra, ainda desmistifica o ditado que diz que baiana faz xixi no bolinho de tapioca para dar sorte e conseguir vender. Apesar da crendice popular (aqui no Rio) de que bolinho sem xixi não tem borogodó, ela nega que isso seja fato. “Sei disso não!”, pulula, com uma gargalhada de fazer inveja à Fafá de Belém.

Em relação às escolas de samba, ela é cirúrgica: “Foi lindo ziriguidum da São Clemente homenageando o Paulo Gustavo”, dispara, se referindo não apenas à importância da celebração do ator, vitimado ano passado por conta da covid-19, quanto ao caráter inclusivo deste desfile. Mas não para por aí. A ruiva se diz gratificada por ter visto de pertinho a evolução da Vila Isabel: “Sabrina [Sato] é uma força da natureza, não? Um elemental! A mulher fez dois desfiles na mesma noite, um em São Paulo [pela Gaviões da Fiel] e outro pela azul e branco, aqui no Rio. Acho o máximo!”

Para fechar, Ju vai ao ponto: “Como não amar a Grande Rio, que conseguiu desmistificar a figura do exu e ainda levou o campeonato, após um jejum de 33 anos, idade de Cristo? Loucura!”, se exalta.

Quando se trata, porém, de destacar as três personalidades que estão sendo uma dádiva nessa folia, Ju Ferraz gratina suavemente o prato, é corporativa, mergulha no próprio business para listar três mulheres que são quase entidades nefelibáticas: “Ah, cá entre nós! As musas do Nº1 esse ano são o que há, né? Ô, lindeza!”, diz, se referindo à Sabrina Sato [de novo, de novo, de novo, como diria Diva More em “Baile de Peruas”, do No Porn], à influenciadora Silvia Braz e à modelo Winnie Harlow, a canadense que é porta-voz do vitiligo. Maravilhoso, né? Vai dizer que essa diversidade no Camarote não vai ao encontro do que se espera das religiões de matriz africana, super democráticas?”

Ju fecha a entrevista, com a rapidez de um passe, sem titubear: “Só consigo pensar em coisa boa nesse carnaval fora de hora. Esse ano, a alegria, a felicidade e o sorriso no rosto das pessoas tomaram conta da minha atenção.”

Confira abaixo quem já passou pelo Camarote Brahma Nº1 até agora (Fotos: Leca Novo e AG News/Divulgação):